27/05/2018

Hunter x Hunter Clássico ou Remake, qual o melhor?

Oi oi! Essas últimas semanas estão sendo difíceis devido ao artigo da faculdade que preciso fazer, mas consegui fazer o post da semana! Como muito falei aqui no blog, sou fã de Hunter x Hunter, vi mais de uma vez tanto o clássico quanto o remake, mas e aí? Qual o melhor? Sinceramente? As duas versões se completam, vou explicar mais disso comparando as duas versões e dizendo os pontos negativos e positivos que considero, depois vou fazer um recorte geral e dizer qual foi a melhor experiência pra mim, ok? Lembrando que não vai ter revelações importantes sobre a obra, tudo que está dito aqui não vai estragar sua experiência com o anime.

Clássico de 1999
Começamos a ver a adaptação de 1999 já com aquele clima de "anime sério" que sabemos ser uma das marcas de Hunter x Hunter, o apelidado "shounen pra adulto". Uma produção bem detalhada em relação à arte, bem trevosinha e que lembra vagamente um Yu Yu Hakusho mais escuro e trevosinho. Mesmo com um protagonista avoado e ingênuo, a ambientação dedura um anime sério. Perfeito! Porém... Uma animação nada fluida e travada, mecânica, tendo em vista a época em que foi feito, além disso, a anatomia e proporção dos personagens não é agradável, a ponto de termos o Gon sem testa em muitas cenas, sim... Às vezes é bem estranho aos olhos, fora a "amarelização" da pele de alguns personagens, típica da produção de animes antigos.
Acho que esse é o ep 41 do clássico, olhem essa violence -q
A primeira saga é a do Exame Hunter, quando os protagonistas são expostos a desafios, testes que terão que passar pra se tornar um Hunter, e já tem outra vantagem do Clássico: Uma relação um pouco melhor entre personagens secundários entre si e entre os protagonistas. Nesse arco, os examinadores dos testes são mais explorados e não possuem aquele ar de secundário. Por exemplo, o primeiro examinador é o Satoshi, um cara que tem bigodes saindo do nariz e corre feito um filho da puta, na primeira adaptação ele não é apenas um examinador genérico, o Satoshi tem uma conversa inspiradora com o Gon e até revela ter conhecido o Ging. Ou seja, ele teve uma importância maior do que apenas de examinador, além de ter uma conversa bonita com o protagonista, ele foi essencial pra mostrar ainda mais como o Ging foi uma pessoa importante, aumentando o desejo de alcançá-lo.

Outro exemplo da influência dos secundários é em uma menina que não aparece na versão de 2011 -se eu não me engano é um filler do clássico-, uma menina que ia matar o Killua por vingança, não lembro o nome dela. Mas essa cena já mostra certa tensão com a família Zoldyck, provando ainda no início o quanto essa família é perigosa e faz coisas ruins. Aquela tensão que não é típica do shounen e fortalece o argumento de que Hunter x Hunter é um "shounen pra adulto" ou uma "desconstrução do gênero shounen". A cena mostra, mesmo que brevemente, que um dos protagonistas -no caso, Killua- não é tão bonzinho assim e faz parte de uma família horrível, criando uma sensação de desconfiança no espectador, ou seja, a gente se envolve mais com a situação. Além de mostrar mais daquilo que citei no primeiro parágrafo: É um anime sério.

E, pra terminar, existem algumas cenas a mais no Clássico, principalmente no exame Hunter. Por ter mais cenas, pode até passar a ideia de que é mais detalhado, pra mim depende... As cenas que foram tiradas são como "bônus" pra mim -com exceção de uma, que vou especificar depois- e não são essenciais pro desenvolvimento da história, até porque muitos são fillers. Já vi críticas contra o remake por ter "enxugado" muitas cenas e tirado outras, bom... Pra mim a história fica muito mais fluida sem alongar muito certas cenas desnecessárias, embora prefira os bônus no meio de tudo. Falando em filler, a ordem dos eventos é prejudicada pelos fillers, também não acho um problema, mas concordo que prejudicar a ordem dos eventos originais com algo pra "encher linguiça" é grave e revela uma produção não muito talentosa.

Remake de 2011
Passando pro remake... Que. Arte. Esquisita. A diferença é que é esquisita de modo diferente, na adaptação clássica temos uma arte trevosa, mas muito mecânica, já na versão de 2011 temos uma arte fluida, mas muito "clean". Quando digo que as obras são complementares, até nisso se aplica. Amo de paixão a fluidez da animação em Hunter x Hunter, cada movimento tão bem pensado e um cuidado tão lindo... Mas pra mim ela é muito clara e deixa infantil demais algo que não é bem pra ser infantil. Felizmente, a adaptação atual sabe usar o escuro em muitas cenas tensas, como nas sagas York Shin e Chimera Ants. Os erros de proporção concertados junto com uma leveza no traço que não combina com o estilo geral do anime. É como ver Death Note com a arte meio Nanatsu no Taizai, sabe? Não é adequado, apesar de eu já ter me acostumado com o novo estilo e até preferido ele.

Pra infantilizar mais a obra: Censura. "Hari, não é censura, é correção blá blá blá". Você só diz isso por causa do Alexandre Esteves, supondo que é correção, o Alê disse algo como "a correção pode ter sido usada como censura, mas ainda é correção" e agora digo: Mesmo sendo correção, ainda é censura e não gosto, pois tirou o impacto das cenas. Vamos lá, episódio 11, Killua arrancando o coração daquele serzinho lá. No mangá e no clássico ele arranca somente o coração e esmaga, é plausível vim carne, pele e a roupa junto do coração, okay... Mas é pra ser realista? Sejamos realistas, a gente não arranca o coração assim tão limpinho, na cena do remake mal saiu sangue do corpo do cara e a roupa que o Killua segura é só meio sujinha de sangue, quase nada.
Na verdade, pela pressão sanguínea, teria que ter esguichado sangue no próprio Killua, não? "Não, é uma técnica da família, o pai do Killua não derrama uma gota de sangue" então se é uma técnica o que impede do Killua tirar apenas o coração, sem a roupa em volta? Ou melhor, o que impede do Killua tirar o coração com a roupa, mas com muito mais sangue? Ele ainda é um aprendiz, certo? O Killua pode derramar muito sangue sim. "Ah, Hari, mas se ele é aprendiz o que impede dele ter arrancado o coração sem ter derramado sangue, mas errado uns centímetros e ter tirado a roupa também?" Nada. Mas você não concorda comigo que a cena seria muito mais impactante se fosse mais grotesca? Não achei a cena tão séria como deveria e nada impede de terem explicitado mais, a única explicação plausível é censura.

Gastando mais um parágrafo com esse assunto que vocês já estão de saco cheio de ler, mas que tem muita gente que teima em dizer que não tem censura na versão de 2011 porque no arco das formigas tem uma certa violência e tudo mais. Tem uma cena nessa saga, também protagonizada pelo Killua, em que ele praticamente explode a cabeça de um outro serzinho, pelo menos no mangá. No anime, onde a mão do Killua alcança naturalmente esmaga e voa sangue. Uma correção, realmente bem plausível, prefiro corrigido, maaas perceba que na cena, a "câmera" sobe e a imagem fica mais escura, impossibilitando de vermos claramente. Tudo bem, ficou poético e mais elaborado assim, mas não deixa de ser um tipo de censura.

Vale dizer que não quero violência level Gantz, nem gosto assim, mas a censura influenciou até cenas que nem são tão violentas, modificando feridas feias para umas feridas leves pra ficar mais "clean", sacas? Sem falar que a violência, recurso muito utilizado pelo Togashi pra chocar, não cumpriu totalmente o efeito de chocar, sabe? Se a intenção do autor foi usar tal elemento daquela forma, por que não adaptar daquela forma ou com pequenas modificações? Um exemplo de uma cena modificada e que teve peso semelhante da original é aquela do Hisoka decapitando o examinador antigo do Exame que queria vingança. No mangá e no clássico (clique pra ver as respectivas imagens) aparece a cabeça dele gritando e cheia de sangue -e olha que no clássico ainda teve uma censurinha-, no remake aparece apenas a sombra dele sendo decapitado. Foi uma censura, mas foi fucking poética e muito a cara do Hisoka porque focou numas velas junto com aquela trilha sonora do Hisoka que todo mundo paga um pau, nossa... Apesar da censura, não tirou o choque da cena justamente porque foi a primeira cena "pesada" que aparece no anime, além disso, foi totalmente condizente com a personalidade elegante do Hisoka. Isso me fez preferir a cena no de 2011.
A trilha sonora do anime de 2011 é mais ampla, marcante e muito boa. Vocês podem comprovar aqui, todas bem encaixadas em cada situação, tem trilha sonora pros personagens e pra cada saga, é um negócio muito bem feito, sério. Teve uma galera que reclamou por departure estar em todos os 150 eps, mas nossa... Eu achei até legal não mudar e tals, a música é muito boa e se tornou ícone do anime em pouco tempo. 

Lembram o que falei sobre as cenas do remake que foram tiradas e que são como "bônus" pra mim? Pois é, a exceção é uma cena do primeiro episódio: Tiraram o Kaito do primeiro episódio, essa era cena que não era pra ter tirado! Puta merda... Por falta dessa cena, deu pouco tempo para nos apegar a ele -e precisamos nos apegar muito a ele, tendo em vista o papel importante e cenas icônicas que ele protagoniza-, a gente precisa se apegar ao Kaito pra [spoiler pesado, sério, não selecionem] sentir a mesma dor do Gon quando ele foi morto, o Gon ficou tão puto, tão puto... Beleza que a produção da MadHouse é sensacional e conseguiu passar tudo só na arte e dublagem, mas conheço gente que não sentiu muita empatia pelo Kaito e achou essa situação até um pouco forçada. 

Arcos a mais de extrema importância e muito bons. A melhor saga de todo o anime, ou um dos melhores, está no remake. A saga Chimera Ants é uma puta saga e muita gente considera a melhor saga da animação japonesa. Pelo clássico ser incompleto, eu sempre indico o remake pras pessoas porque putz... Sério, eu não tenho coragem de fazer uma pessoa perder uma saga dessas.

Enfim, acabou por aqui, acho que é o sonho de vocês me verem falar mal de uma obra que amo, eu sei ver defeitos em coisas que gosto também, tá? Precisamos de mais gente assim no mundo.

6 comentários:

  1. Hariii! Aqui estou eu, porque estamos falando de HunterXHunter e não dá pra não comentar, né?

    Bem... Incrivelmente, eu não vi nenhum dos animes de HXH completos. Eu só li o mangá até o momento, o que tá ok, porque o mangá é maravilhoso, mas eu realmente precisava terminar de ver o remake. Mas eu gostei bastante da sua análise, e pelo que me lembro de ambos os animes, está bem coerente. A versão de 1999 tbh eu assisti há muitos anos, quando passava na TV (não lembro o canal, faz muito tempo mesmo xD), e foi graças a ele que eu resolvi começar a ler o mangá, porque eu achava muito bonzão. Mas, depois, quando vi o remake (uma parte dele, porque não terminei lol), eu notei muitas diferenças, como você citou. Mas principalmente na questão estética, na história eu não cheguei a reparar muita diferença. A sua análise foi bem precisa, eu concordo que o remake tem uma arte um pouco mais "infantil" e isso me incomodou PAKAS, não só porque fica meio nada a ver com a história proposta, como também fica diferente do mangá. Maaas, beleza, a questão estética a gente acostuma, né?

    Sobre a censura, não me incomodo muito, embora eu adore um sangue. Sério, eu adoro obras bem sangrentas, mas acho que a questão de HunterXHunter é muito mais a história do que o sangue, por isso, nesse caso em específico, a censura não me incomoda em nada. É claro que em alguns momentos ficou um pouco exagerado, como nesse do Killua arrancando o coração do carinha, mas beleza, a gente acaba ficando mais preocupado com a situação e com a continuação. xD

    Sobre a coisa do Kaito: menina, SIM! poxa, quando eu vi o remake, senti que estava "faltando alguma coisa", e então era isso! Era exatamente isso! Cara, isso era muito necessário e não deveria ter sido tirado.

    Bom, no fim é como você disse: a maior vantagem do remake é ter a saga das Chimera Ants, que é, tipo, sensacional! Ou, bem, façam como eu e leiam o mangá sdhjksdhjsadakjsd (mas juro que ainda vou terminar de ver o remake um dia!)

    Beijos! ;*

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    1. Hunter x Hunter é a vida. E mentira que você não viu completo? Oloooko, não sei se deveria mandar você assistir porque você leu o mangá e tals, mas a animação -principalmente a de 2011- é muito boa, eu aconselharia você pular todo o remake e assistir só Chimera Ants pelo remake só pra ver como tá. Acho que Chimera Ants funciona mais como anime por causa do narrador e tals. O fato do remake ser "infantil" me incomodou, mas mais pelo brilho e censura do que propriamente estilo de arte, não achei que descaracterizou totalmente o autor, acho que tá bem coerente com o traço dele, mas não com o estilo do anime, entende? Enfim... Como você disse, a estética a gente se acostuma.

      Eu adoro um sangue, concordo que o Togashi se foca muito na história e a violência não é frequente, mas eu sempre tenho que me incomodar um pouco com isso porque o Togashi usa a violência como fator de choque, como foi dito no post. Me incomoda justamente porque não chocou como deveria.

      Como não sentir falta do Kaito no primeiro ep? O primeiro ep do remake é um tanto corrido e é bem estranho porque o mangá é mais calminho quanto ao primeiro capítulo, sabe? Enfim... Não é um defeito crucial, mas né, o Kaito no primeiro ep sim, era crucial, nossa...

      Chimera Ants é hino, socorro, eu ainda choro naquela saga, maravilhosa, com a melhor mensagem da vida

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  2. Achei essa análise sensacional!!! tô lutando ainda pra terminar o mangá, e recentemente terminei o original de 99. Uma coisa que pude perceber, é que apesar de algumas cenas meio "travadas" do clássico, outras tem MUITO mais agilidade do que no próprio remake. Cenas de batalhas por exemplo, onde o anime de 2011 força alguns "borrões" para velocidade, o clássico chuta o balde e anima cada frame do personagem, dando uma vida muito grande pra situação (um toque realista bem mais condizente que o remake). Fora isso, não tenho muita coisa pra reclamar da versão de 2011 não KSDKAJKDA. Abraços!!!

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    1. Rapaz, essa da velocidade eu vi uma vez num vídeo, se eu não me engano foi do Quadro em Branco, e saquei quando foi falado, mas não foi algo que me incomodou quando assisti. Acho que se eu rever (de novo) eu vou reparar mais

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